11 junho, 2011

6:24 a.m.


E apenas num pedaço de papel escrevi
“Para sempre teu, mas tive de acordar.”

Que horas marcavam? Não tem importância.
Talvez as suficientes para já estar cansado,
Mais do que gostaria,
Mas as perfeitas para que de olhos fechados, visse.


Inscrito num nevoeiro dourado,
Não sabia onde estava.
Tudo estranhamente desfocado.
Uma ideia familiar, um copo embaciado.
Nada fazia sentido naquelas paredes, só ela.


E ali estava,
Abraçada pelas linhas de luz quente,
Marcadas nos traços imperfeitos,
Daquele rosto adormecido, ao meu lado.


Ainda com areia nos cabelos espalhados,
Descoberta de mim, com frio na pele despida,
Guardava a maquilhagem desgastada, em si.
E eu, os restos belos em cigarros apagados num beijo.


Vivia na sombra do seu corpo,
Todos os detalhes me contavam segredos.
A cada segundo que passava,
Era cada vez mais a minha definição,
Mas eu sabia.


Só o telhado me separava do céu,
O quadro estava acabado,
Numa assinatura perpétua, sem direito a saudade.
Triste suicídio, 

Aconcheguei-me a seu lado,
E apenas num pedaço de papel escrevi.  












4 comentários:

inês lobo disse...

gostei imenso!

Anônimo disse...

olha, já te disse que és awesome?
é porque és mesmo, e este texto está ESPECTACULAR !
és digno de seres chamado "poeta" :D
love it love it love it
by: catarina s.

♥ marta. disse...

esta música... é qualquer coisa...

Telinhos disse...

este texto está muito bem feito, e depois se poderes passa no meu e dá uma vista de olhos :)